São lábios, senhora, são lábios
São sábios nacos de carne sua
Fraquejam na hora do beijo
Sobejam-me agora que vejo
Que doces fastios são na verdade
Os meus sentidos frios, o seu coração sem idade,
Peregrinos sombrios da oração crua do corpo
Borboleteando andorinos no torpor salivado dos sonhos,
Nestes sonhos medonhos de vão, orgia e liberdade,
Pelo que quando somos só lábios
Aparecem logo aí umas mil mãos
Todas a levantarem-nos do chão
Nós no ar, nós mais do que a levitar
Nós com tesão numa curva do tempo
O coração ao relento, as pernas ao ar,
Sendo que quando somos só lábios
Desfocamos como se fotografias
Onde detemos pedaços de bons dias
Que é um bom eufemismo para utopias,
Disse-mo um enorme minuto vazio,
Grandíssimo, puto, que gentio de tempo,
Um adágio rômbico de línguas,
Um fio de apetite que se solta
E um gajo que o aguente.
São lábios, senhora, são lábios
São fáceis nacos de carne sua
Fraquejam na hora do beijo
Sobejam-me agora que vejo
Quão doces e frios são na verdade
Pelos meus queridos gentios de emoção, de afinidade
Que meu sombrio coração tem com lábios e com vaidade,
Borboleteando andorinos no torpor salivado dos sonhos,
Nestes sonhos medonhos de vão, orgia e liberdade,
Pelo que quando somos só lábios
Aparecem logo aí umas mil mãos
Todas a levantarem-nos do chão
Nós no ar, nós mais do que a levitar
Nós com tesão numa curva do tempo
O coração ao relento, as pernas ao ar,
Sendo que quando somos só lábios
Desfocamos como se fotografias
Onde detemos pedaços de bons dias
Que é um bom eufemismo para utopias,
Disse-mo um enorme minuto vazio,
Grandíssimo, puto, que gentio de tempo,
Um adágio rômbico de línguas,
Deusas de carne e réguas para sonhos, pá.
Um trapézio de lábios.
3 de novembro de 2010
25 de janeiro de 2010
Interrupção
Parar não seria apropriado.
Desistir muito menos.
Interromper é indubitavelmente o termo mais apropriado para tal episódio. Falta de entusiasmo criador, também não foi. Muitos perguntam a razão desta interrupção, muitos questionam o motivo que nos levou a tal. Outros rejubilam-se com o facto de termos parado de arrombar a falta actividade intelectual vivente à nossa volta.
Tudo tem o seu quadra e a sua altura própria para acontecer na vida. As esperanças depositadas nesta revista cultural sempre foram bastante exigentes e chegou-se a um ponto, em que a nossa vida pessoal já não nos consentia inspiração suficiente para depositarmos intelectualismos nesta revista. Sendo então, que decidimos desdobrar os nossos canais e convidar mais bloggers para historiarem aqui.
Erro crasso.
Esqueceu se uma minudência e aqui temos de assumir que a culpa foi toda nossa. Nós somos um grupo, ou um movimento (como preferirem), de pessoas que temos como identificador, um laço muito particular que nos une. Sendo assim, com obviedade que nada nem ninguém, além de nós próprios, poderia contribuir para esta revista. Só nós é que conhecemos o anseio que nos levou a criar esta ideação. Só nós é que conhecemos o cerne que nos envolve. Podem fazer o julgamento que bem entenderem daquilo que estou a dizer, mas realmente, só nós é que somos capazes de levar este projecto adiante. É por isso que denomino este post de “Interrupção”, pois todos sabem que as interrupções são sempre aprazíveis. As interrupções atrasam e prolongam o prazer, dão tempo para dar asas à criatividade e despertam as saudades enormes que tinha de escrever algo nesta revista, apelando a todos os que incumbem esta nata especial de ditos-cujos, a fazerem o mesmo para que intuam aquilo que eu estou a tentar mostrar com este pequeno post.
interrupção (latim interruptio, -onis)
s. f.
1. Acto! ou efeito de interromper ou interromper-se.
2. Descontinuação, suspensão.
Desistir muito menos.
Interromper é indubitavelmente o termo mais apropriado para tal episódio. Falta de entusiasmo criador, também não foi. Muitos perguntam a razão desta interrupção, muitos questionam o motivo que nos levou a tal. Outros rejubilam-se com o facto de termos parado de arrombar a falta actividade intelectual vivente à nossa volta.
Tudo tem o seu quadra e a sua altura própria para acontecer na vida. As esperanças depositadas nesta revista cultural sempre foram bastante exigentes e chegou-se a um ponto, em que a nossa vida pessoal já não nos consentia inspiração suficiente para depositarmos intelectualismos nesta revista. Sendo então, que decidimos desdobrar os nossos canais e convidar mais bloggers para historiarem aqui.
Erro crasso.
Esqueceu se uma minudência e aqui temos de assumir que a culpa foi toda nossa. Nós somos um grupo, ou um movimento (como preferirem), de pessoas que temos como identificador, um laço muito particular que nos une. Sendo assim, com obviedade que nada nem ninguém, além de nós próprios, poderia contribuir para esta revista. Só nós é que conhecemos o anseio que nos levou a criar esta ideação. Só nós é que conhecemos o cerne que nos envolve. Podem fazer o julgamento que bem entenderem daquilo que estou a dizer, mas realmente, só nós é que somos capazes de levar este projecto adiante. É por isso que denomino este post de “Interrupção”, pois todos sabem que as interrupções são sempre aprazíveis. As interrupções atrasam e prolongam o prazer, dão tempo para dar asas à criatividade e despertam as saudades enormes que tinha de escrever algo nesta revista, apelando a todos os que incumbem esta nata especial de ditos-cujos, a fazerem o mesmo para que intuam aquilo que eu estou a tentar mostrar com este pequeno post.
interrupção (latim interruptio, -onis)
s. f.
1. Acto! ou efeito de interromper ou interromper-se.
2. Descontinuação, suspensão.
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