ver a vida por um prisma. ver um raio de luz desdobrar-se nos espectros de côr que o constituem. como tirar um véu, despir alguém, ler um diário. antes de nós todos falharam. falavam da natureza, da humana e da das coisas materiais e espirituais. e nunca mais se calaram. ainda hoje os ouvimos em sucessivas tentativas de substituir os dogmas do passado pelos paradigmas do presente, conscientes das limitações da nossa espécie no que diz respeito a declarações começadas por: a verdade é. como se a verdade nos dissesse respeito. se fosse suposto sabermos alguma coisa sobre coisa alguma não precisaríamos de um prisma, nem de estender a mão para descobrir um qualquer véu. e por aí adiante.
nós dispensamos a responsabilidade de saber, de informar, de guiar.
não há nada de que não tenhamos percepção imediata sobre o que esperemos vir a possuir qualquer nível de sabedoria a posteriori. nascemos com demasiadas debilidades nas nossas estruturas subconscientes, a tal ponto que não encontramos no nosso horizonte de possibilidades uma única que nos permita estabelecer uma ponte de comunicação com alguém e transmitir uma ideia. por mais simples, decomposta, indivisível, banal, que seja. é nossa. e um nosso que seja nosso é possessivo por definição, é indissociável da nossa condição, da estupidez crónica que sustem a nossa inteligência. é, numa palavra: um-não-tens-nada-que-ver-com-isso-e-mesmo-que-tivesses-eu-não-to-conseguiria-explicar-ou-talvez-simplesmente-não-esteja-para-aí-virado. logo, não esperes de nós qualquer palavra, nenhum dos nossos dedos se vai erguer para te apontar o caminho a seguir. simplesmente, não importa. o mapa já foi desenhado, os continentes delimitados, todas as coordenadas estão marcadas. a herança que as gerações nos transmitiram com carinho e com todo o seu suor: um livro demasiado rasurado para que possamos agora acrescentar um rascunho que seja. um mundo no qual terra-prometida não passa de uma expressão linguística e, no qual, niilismo se confunde cada vez mais com qualquer coisa que esteja à frente dos nossos olhos pois, no fundo, essa falha, esse vazio é tudo que nos salta aos olhos no meio da imensidão das coisas que assimilamos ininterruptamente.
nós dispensamos a responsabilidade de saber, de informar, de guiar.
não há nada de que não tenhamos percepção imediata sobre o que esperemos vir a possuir qualquer nível de sabedoria a posteriori. nascemos com demasiadas debilidades nas nossas estruturas subconscientes, a tal ponto que não encontramos no nosso horizonte de possibilidades uma única que nos permita estabelecer uma ponte de comunicação com alguém e transmitir uma ideia. por mais simples, decomposta, indivisível, banal, que seja. é nossa. e um nosso que seja nosso é possessivo por definição, é indissociável da nossa condição, da estupidez crónica que sustem a nossa inteligência. é, numa palavra: um-não-tens-nada-que-ver-com-isso-e-mesmo-que-tivesses-eu-não-to-conseguiria-explicar-ou-talvez-simplesmente-não-esteja-para-aí-virado. logo, não esperes de nós qualquer palavra, nenhum dos nossos dedos se vai erguer para te apontar o caminho a seguir. simplesmente, não importa. o mapa já foi desenhado, os continentes delimitados, todas as coordenadas estão marcadas. a herança que as gerações nos transmitiram com carinho e com todo o seu suor: um livro demasiado rasurado para que possamos agora acrescentar um rascunho que seja. um mundo no qual terra-prometida não passa de uma expressão linguística e, no qual, niilismo se confunde cada vez mais com qualquer coisa que esteja à frente dos nossos olhos pois, no fundo, essa falha, esse vazio é tudo que nos salta aos olhos no meio da imensidão das coisas que assimilamos ininterruptamente.
1 comentário:
estava aqui a vadiar e vi isto. mordaz.
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