14 de outubro de 2012

Um dia de atraso por razões nada platónicas...

Quero dar os parabéns a este blog e a estas pessoas maravilhosas que o fizeram acontecer.  É verdade que tudo começou por uma feliz coincidência de duas pessoas ocuparem o mesmo espaço à mesma hora e com as mesmas felizes ideias germinando nas suas cabeças. Felicito essas duas cabeças e as que lhes seguiram e espero que possamos continuar este singelo trabalho por muitos e muitos anos!!! Parabéns

12 de outubro de 2012

7 years ago

It was 7 years ago that a very specific meeting between 2 friends happened. It was 7 years ago that started the pleasure of  creating a dream that never became real but that, in fact,  it was the most pleasant dream I ever lived.  The celebration of something that we didnt forget and the celebration of something that was created by us. Something that had a meaning. It was a search that gave us purpose, that gave us a mission. We are celebrating something that became independent, that has its own inteligence and its own survival instinct.

Yes, it was exactly 7 years ago that all of that started. It raised itself, it multiplied itself, it developed to something that was beautiful, and most of all, it became something that never stopped to exist. Probably now you would tell me that it is something that doesnt have any sense to have its own existence anymore. Still, it is something that I want to keep it alive in our memories. Its not just something that I just simply want.......... I need it. Its one small reason to look back and to realize that in fact I was able to create something. We all created it. That meeting that happened between 2 friends, 7 years ago was just the very begining of something that you all raised it to the sky.
You have to admit, that the idea was a great idea, and that the paths that we all crossed together had very special and peculiar moments. It gave us a reason to be connected forever. You know that even if we see each others just in 40 years, you will remember what was the issue that I am writting here and that started 7 years ago.


Someone asked me today, who are the people behind it at the moment and who is in charge of it. I expressed a smile (a very nostalgic smile while I was lighting my cigarette) and I had to explain that there is nobody behind it or in charge of it anymore. It became free...it became independent......it became a feeling.

I started this celebration yesterday evening, because of a personal reason that driven my way to that meeting. Tomorrow (13-10-2012) remember this special feeling that we created, remember it because it never stops, and it will never stop.......The Movimento M will always be in our memories and in our hearts.


Happy birthday Movimento M.

6 de outubro de 2012


Há um barco de lágrimas à deriva, esperando uma farol que lhe mostre o caminho para terra. As ondas parecem nem tocá-lo e ele como que flutua numa espécie de limbo eterno. O farol escondeu-se que não quer encontrar este barco. Fazer isso seria sinónimo de o trazer perto de si. Se o barco chegar não perderá a luz o seu brilho, pensa o farol debatendo-se com a obrigação de cumprir um dever. Os peixes olham o barco à maneira de quem escuta um sermão e também eles não ousam aproximar-se. Nunca antes tinham vistos estes estranhos seres que habitavam o barco. Estaria então o barco fadado a andar à deriva ad eternum? 

imbecilidades desconexas


Há, entre os planos, uma linha vazia
Desenha-se de forma inusitada
Quase não a percebia
Que bem fica assim atada

Os planos não se tocam
A linha não permite veleidades
De se olhar não deixam
Interrogam-se sobre as idades

O que aconteceria se se tocassem
Se pudessem dissipar a curiosidade
Não deixes que passem
Cairia o carmo e a trindade

Crescerá para sempre a linha
Ou triunfará a vontade deles?
Será que um dia definha,
Ou desistirão eles?

Um cravo na lapela, parece que espreita de uma janela. Faz lembrar a menina que o futuro não quer dela, o sol pintado de vermelho na tela e o céu azul aguarela. De trela ao pescoço vem o cão e o moço, de ofegante nota-se-lhe o esforço e o polícia ao balcão a comer o tremoço. Troça o polícia, ladra o cão e o cinzento das nuvens esconde o céu e o sol. A menina perdeu o futuro e da janela já ninguém espreita. Ficou o cravo, caído da lapela para o chão.

Um viajante...


Entrara como se vento fosse e passou por mim sem que desse por ele. Era assim o velho coronel, acostumara-se a ser furtivo nos seus tempos de guerra e não gostava que ninguém desse conta de quando entrava e saía. O que fazia no seu quarto, até hoje o não sei, apenas que por lá permanecia durante horas a fio e nem um pio se ouvia. Assim que o sino da igreja dava as seis horas voltava a sair da mesma forma como entrara, veloz e sorrateiro. Um certo dia tentei segui-lo à distância para perceber o que aquele velho tanto tentava esconder. Esperei fora da casa pelo sino que dava as seis horas. À hora marcada, lá saiu o coronel, com um passo tão vagaroso que me parecia surreal que pudesse passar por mim todos os dias sem que desse por isso. Encetei a marcha, tentei ser um com a natureza e cada passo que dava coincidia com o assobiar do vento. Consegui segui-lo sem problemas durante os primeiros duzentos metros, até à enorme praça da cidade. Chegado à praça começou a agir de forma peculiar, quase como se soubesse que estava a ser seguido, ainda que até hoje tenho a certeza que nunca deu pela minha presença; olhava para todos os lados excepto para o meu. Parou em tudo o que era loja para ficar a admirar o seu recheio, ainda que o recheio de algumas dessas lojas fosse tão inadequado como uma de lingerie, na qual tomou largos minutos contemplando, quase como se estivesse a ler um jornal desportivo.
                Assim que estávamos prestes a deixar a praça, e eu a descobrir o caminho que tomava, desapareceu. Sim, como o fumo da chávena de café desaparece assim que atinge certa altura. Não digo que fosse magia ou que o coronel fosse qualquer espécie de bruxo, mas esta verdade que conto é a mais pura delas. Percorri toda a praça, todos os caixotes, revirei-os. Entrei em todas as lojas, em todas as lojas perguntei se o tinham visto. Em todas elas a mesma estranha resposta: “Não sei de quem fala senhor, por cá não passa nenhum simples militar quanto mais um velho coronel”. Pensei para comigo que seria apenas coincidência, que não o viam porque simplesmente não era hábito seu olharem para a rua procurando mirones, daqueles que olham interminavelmente para no fim nada comprarem ou sequer entrarem na loja. Continuei a minha busca, desta feita percorri todos os caminhos que ligavam à praça, pesquisando qualquer possível pista dele, mas nada. Três horas volvidas, voltei para casa, o coronel estava novamente no seu quarto. Ao ouvir o ranger da porta de entrada, saiu do seu quarto e perguntou-me onde havia estado, fazia horas que me procurava e não me encontrava. Queria o seu leite com chá; hábito adquirido com um seu velho amigo