mapa numérico com uma equivalência gramatical. no fundo, números que correspondessem
a letras. não compliques. não vomites tudo o que a tua mente digere. esquece a espontaneidade.
às vezes há momentos em que mais vale que te cales para não te insultares a ti mesmo.
sim, isto vem desde o tempo da primária, mas quando nos habituaram a falar do Homem, a mulher - eu - também lá está. e não é nada redutor. é só estares bem como estás. nesta vida, nasceste mulher mas é completamente irrelevante (e não é tanto assim). foda-se. porque é que pensas demasiado? as luzes de natal trazem-me leves memórias do que é a inocência, a ingenuidade. quando volto a piscar os olhos e os abro vejo os sem-abrigo a invadirem os autocarros na esperança de travarem uma conversa, um diálogo, um monólogo. e rapidamente passam de sem-tecto para bêbedos e para doidos. doidos estamos nós que levamos os passos contados das escolas até casa; dos trabalhos até casa; das faculdades até casa; do nada fazer até casa e ignoramos os que se cruzam connosco pelo caminho. negamos-lhes atenção, disponibilidade, calor humano - mesmo que distante. estamos anestesiados. forte e brutalmente anestesiados.
e eu só penso em como está frio, em como nada me surpreende e surpreendo-me por ter chegado a este ponto. já não sinto (quase) nada. e tu?
3 comentários:
Sinto-te, chega-me, basta-me.*
A minha surpresa consiste em chegar a este ponto, mas invicto de ideias, ainda sem pensar: substitui-se o sentir pelo frio que está. Pode não ser a mais perfeita equivalência gramatical, mas é concerteza uma densa e merecida permuta semântica.
Coroe-se este blogue com as tuas palvras de mulher. Desde então.
de perfeito ninguém tem nada. só algo intocado; intocável; inutilizado; inutilizável - tudo o que mantenha o passado e o futuro à mesma distância e à mesma relevância.
de denso... talvez. quase de certeza que tens razão.
a surpresa é a de que é cíclico. tudo.
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