30 de outubro de 2011

Who am I?

Who am I?

Am I the European dream? Am I one among others, the edgy hope of the future of this landform? Am I the significance of decades of an unsubordinated society?
I have a unpretentious answer to these periphrastic questions. I could try to give you fine-looking and intriguing answers to masquerade what I should be, but I am not. I could bloom my answers to try to convince you of whatever I would like you to see on me, but in fact I prefer to not induce you of anything at all, and just to show you what I am.
I wanted to tell you what I am not, but once more I would be using a sophistic speech to once more to take you to the vision that I want you to have about me. In fact it’s sad that people make questions expecting exactly this kind of answers.  Inclined answers to what they want to listen. Answers full of false and invalid premises.  This is what I can do. I f you give me the opportunity I can tell you exactly the Super Me that I want you to know.  Are you expecting that? I am going to light my cigarette now to give you some easy flashes of expecting an answer to that. It’s not going to happen. You know the answer to that and I really don’t give a fuck to what you expect. That’s the good part of writing something so nebulous about me. I know what I am saying and most of all I know exactly all the craps that you anticipate to read about me. Maybe now you already understood that you are wasting your time reading this words because I am just mad, and I want to make you even angrier with the fact that you really believed that you would read something that in fact would be a pleasant moment on trying to understand who I am.
Why I am furious? One more question. You don’t even know the answer to all the other interrogations, and you are already thinking in more questions.  Can you see how irreplaceable is the ability of making you to lose time?  Well, I am mad because of what I am. Because of all those promises that life gave me, all the dreams that people taught me to have, because of all the people that inspired me with their arguments about a certain possible dream, that in fact it’s nothing more than a fantasy. I am angry with all my expectations about life, with all my expectations about myself, about all the people that leave around me that try to convince me that life is something different than what it is in fact.

Am I irritable? No, I am just telling you who I am. Who am I?
I am just someone.

2 de fevereiro de 2011

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Isto é estúpido. Não adianta estender os argumentos pois eles nunca nos farão chegar a outra conclusão.

Ouço-te falar. Dizes coisas, cada uma com o seu conteúdo, o seu significado, o seu nome próprio. Estabeleces relações de causalidade entre elas e crias uma ordem hierarquizada a que todas obedecem.

E, no fim, teimas em perguntar o que penso sobre esses teus assuntos.

Já devias saber que é escusado. O que para ti é infalivelmente lógico, para mim não tem ponta por onde se lhe pegue. O que para ti importa acima de todas as coisas, é sempre algo que normalmente me passaria despercebido.

Por isso é que te digo, realmente temos a nossa forma muito própria de nos entendermos – e eu gosto dela.

Agora não pretendas que te compreenda, que te conheça, que te saiba sequer ouvir.

Isto é estúpido. Não fui feito para te completar, sou de natureza individual.

30 de janeiro de 2011

O mundo antes da Joana Amaral Dias

A minha percepção é profundamente dominada - não: governada - por uma tipologia dicotómica. Isto é, para mim só há dois tipos de coisas no universo: as coisas que me dão tesão e as coisas que não me dão tesão. Vejamos: marmelada com gajas bonitas dá-me tesão; a sonoridade do português falado no Brasil não me dá tesão. Simples. Parece fácil. Ora, claro está, que isto - como tudo na vida, meus amigos, como tudo na vida! - nem sempre é assim tão linear.

Por exemplo: a bela e mui fermosa deputada Ana Drago dá-me um tesão danado: devo ser o único português que se excita a ver a ARtv. Mas acontece que é uma senhora de esquerda, e ser de esquerda pertence ao grupo das coisas que não me dão tesão. Por outro lado, ouvir o deputado Nuno Melo a falar já é coisa que me entesoa sobremaneira, porquanto é a melhor oposição personificada que, portugueses, temos disponível. O gajo é o Roosevelt do CDS, pá. Mas depois, lá está, é homem - coisa que não me dá lá grande tesão, arriscando o eufemismo.

Agora o que acontece é o seguinte: se estás a pensar que ficar de pau feito por ouvir o Nuno Melo a falar é efeminado, desengana-te. Em primeiro lugar, o Nuno Melo é do CDS - o que é d'homem. Depois, o pau faz-se meramente pelo conteúdo atraente das suas palavras. Não há aqui qualquer comportamento gay. E mesmo que houvesse algum fundamento maricas nesse tesão, as suas aplicações práticas nunca deixariam de ser estritamente heterossexuais. Na verdade, a homossexualidade pertence ao grupo de coisas que não me dão tesão. Será portanto erróneo achares isso, amigo, e também o indício de um raciocínio deficiente se em algum momento foi essa a tua opinião. O rei vai nu.

Pois agora nada melhor para consagrar a masculinidade de tudo que aqui foi dito do que este parágrafo tão viril que se segue, este desenlace de tão baixo nível mas com tão altos níveis de testosterona. Perdoem-me, mas é Primavera. E uma vez que provavelmente já começas a exigir uma explicação para o meu binómio existencial não ser assim tão bifurcadamente linear quanto isso, amigo, aqui vai: o problema é que - sendo a percepção governada por esta dicotomia tipológica - não se pode esperar demasiado das coisas. Não digas já "Ei que conclusão estúpida", amigo. Lembra-te primeiro que é atroz e desumano ter que aceitar que, quando uma coisa entesoa, há sempre uma outra que nos vai vilipendiar o tesão - como por exemplo homens, ou ser de esquerda.

E isto acontece porque, algum tempo depois de nos apercebermos da situação, não conseguimos deixar de pensar o quão perfeito seria se pudéssemos fundir o espírito jovem embora conservador do deputado Nuno Melo com a sublime linguagem corporal da deputada Ana Drago: eis Deus. Isto é só um exemplo, atenção, não estou a dizer que me masturbo a pensar nisso, até porque me masturbo a pensar nisso. A questão é a de tirarmos conclusões de tudo isto; reflectirmos sobre estas evidências com o nosso espírito crítico de domingo, para que os últimos aforismos se formem; e o axioma é, pois claro, que não há um tesão perfeito; nenhuma erecção dura para sempre. Consegues imaginar algo mais violento?

Pensa só nisto: é este o tipo de violência que, por diversas vezes e de diversas maneiras, funciona como alicerce do mais derradeiro amor, como por exemplo acontece em Romeu e Julieta, quando ela lhe come a cara e os genitais, e fica toda suja com o sangue dele, momentos antes de ser alvejada pela polícia judiciária numa estrada nacional. Mas isso já é outra história.

Ah, e a Joana Amaral Dias. Adoro-a.