29 de abril de 2012

um ponto final nunca permanece totalmente sereno

viver é tão complexo que acho que nos perdemos dentro de becos sem saída porque nos distraímos.
às vezes, sinto isso.

e depois o sentir... sentir tanto as pessoas, a dor do mundo e as coisas boas. até essas nos fazem parar a respiração.

está a vida toda a desenhar-se e eu tenho tanta vontade de voltar aos meus 5 anos e ser assim feliz como era e pensar que os adultos eram uns sábios que nos protegiam de tudo e que estariam sempre lá para nós.

depois, começas a crescer e com o processo as normais dores que mais ninguém pode ter.

temos de abrandar o ritmo e traçar prioridades. sermos justos com os outros, mas respeitarmo-nos primeiro que tudo.
mesmo que nos demos menos aos outros, acredito que estamos a dar mais.


faço sentido?

crescer. ainda estamos a crescer. temos uma bagagem respeitável. eu tirar-lhe-ia o chapéu e dar-lhe-ia primazia, abrir-lhe-ia a porta, se necessário. sempre com um sorriso.
mas custa, porra.

ouço o meu Pai com uma serenidade a contar-me coisas da vida dele pela primeira vez.
ainda o estou a conhecer.
esteve na Revolução no Largo do Carmo há 38 anos entre tantos outros feitos. e eu questiono-me o que fiz eu de tão importante até hoje ou o que posso fazer na minha vida, no meu trilho para ser só feliz e conseguir paz.

nunca me vou preocupar com dinheiro. preocupo-me com o caminho em que por vezes temos de cavar para conseguir apenas andar um passo em frente.

fico com o peito apertado de perceber que não passo tempo suficiente com as pessoas que me dizem mais mesmo que não esteja frequentemente com elas. tenho receio que desapareçam ou que a vida se encarregue disso.


de que é que precisamos?


só de que os dias nos sejam limpos.

mais nada.

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