15 de novembro de 2008

Puras Divagações....

Procuro por uma mortalha, um filtro e o tabaco em cima da minha mesa e encontro tudo menos o que quero. Encontro, comprimidos, lenços usados, livros, folhas com apontamentos miseráveis de aulas a que não precisava de ter ido, velas, web cam, tabuleiro de xadrez, embalagens de preservativos, chiclets, enfim, todo um pack de instrumentos que um estudante de filosofia necessita mas que neste momento é tudo aquilo que eu não preciso. Cá está, foi preciso vasculhar toda esta mesa dos meus tormentos para matar a minha traça por um cigarro que contém aquilo que quero: nicotina. Inspiro profundamente e dedico-me a elaborar uma obra de arte, um cigarro sem um único vinco, sem uma única deficiência. No meio desta concentração toda passeia se por aqui um ser humano do sexo feminino de lingerie que pouco me ajuda nesta minha epopeia de construir o cigarro perfeito. Termino a minha tarefa e denoto que o resultado não é o que eu queria mas está fumável. Acendo-o e olho para a vista que tenho da minha janela e vejo no bloco em frente dois personagens em plena vida selvagem estando em profunda penetração, colados como dois cães em época de cio. Passa por mim novamente, a mesma lingerie que me começa a perturbar o pensamento. O cigarro morre mas a minha vontade de fumar é neste momento ainda maior, talvez por ter ingerido uma garrafa de vinho tinto sozinho e por ter feito a descoberta do ano e ter encontrado finalmente um vinho em condições. Abro a janela e fumo outro cigarro. O acto animal que acontecia à mnha frente felizmente terminou sem muita admiração minha, pois com este frio não seria possível manter o acto durante muito tempo. Alto... lingerie em aproximação directa ( olho para o horizonte e finjo que estou sozinho ). Saio da janela e abro a porta do meu quarto e vejo centenas de zombies a vaguearem todos à procura de uma fêmea. Alguns parecem ter algumas hipóteses de sucesso e terão uns loucos 10 minutos de loucura e de ejaculação precoce no estado em que estão. Amanhã irão regozijar-se de algo que pensam ter acontecido mas que afinal não passou de uma tentativa frustrada de penetração. Bem... depois, de tanta divagação sem fundamento e sem uma lógica pré-determinada chego à conclusão que chegou a hora de fechar a minha porta do quarto. Lingerie nas proximidades, novamente. Pego no meu livro de Nietschze, abro-o e....


Aviso: qualquer semelhança com a realidade não passa de pura ficção cientifica.

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