7 de novembro de 2008

Uma quase asneira...


Após muita meditação para contribuir para este maravilhoso blogue, que é apenas ainda um recém nascido, mas do qual se guardam muitas expectativas dos seus inspirados e nobres "traumáticos culturais", apenas me ocorre a descrição da minha soberba idiotice. Denoto diariamente em mim uma crescente estupidez nas minhas disposições triviais. Vou então através deste notável testemunho demonstrar-vos quem sou eu ampliando uma moral bonita e idiota a esta história.
São 17:00 e recebo uma sms a pedir me para estar no centro da cidade às 18:00. Vou e volto a entrar no meu quarto quando vejo que me esqueci de levar o lixo, pois o cheiro deste é completamente nauseabundo e obviamente que não quero receber reclamações dos vizinhos a dizer que o meu quarto cheira mal. ( Poderia pensar-se que eu seria o culpado, mas divido o quarto com um animal das pistas ). Entretanto jovial com a minha vida de Erasmus pois não há responsabilidade nenhuma que me incuta stress no meu dia, bloqueio na porta do dormitório a fazer um cigarro, ( percebam que este cigarro checo que enrolo intitula-se de “Javanse Jongens”, e traduz-se por jovens japoneses ) acendo o cigarro e encosto-me a cogitar sobre como a minha vida deveria ser tão simples e como eu a consegui emaranhar num curto espaço de tempo ( mesmo curto, dois meses ). Mas como as complicações aqui são o que menos importa nesta camelice vou directo ao elementar. Dirijo-me ao caixote do lixo, coloco lá os meus sacos nauseabundos e coloco-me a caminho daquilo a que eles chamam de “tram”, ( ao que em português poderemos denominar de Eléctrico ) e quando me encontro dentro do tram surge a minha voz da consciência e ela pergunta-me: “seu deficiente, saíste de casa e não tens nas tuas mãos o dinheiro nem os documentos que vais necessitar”. Apesar de eu não estimar muito a minha voz da consciência desta vez tive que lhe dar a sua consideração. Logicamente volto para trás e quando entro no meu quarto, naturalmente depois de muito procurar a minha carteira cheguei a uma conclusão, e novamente tive de ouvir a minha voz da consciência: “és mesmo deficiente, nem me acredito que deitaste a tua carteira no caixote do lixo”. Corri para o caixote e com a ajuda de uma vassoura retirei-a de lá, ( sendo a meio surpreendido por uma estudante que ficou estupefacta a olhar para mim porque imaginava que eu estava a comer do lixo ) e por milagre resgatei a minha carteira que continha: 400 euros em dinheiro, o único cartão do banco que eu cá tenho e que sem ele não tenho dinheiro absolutamente nenhum, bilhete de Identidade que necessito para voltar para Portugal e o meu cartão de saúde. Resumindo, se a minha carteira não estivesse lá eu estava completamente fodido.

Moral da História: “Existem bons motivos para se separar bem o lixo”

2 comentários:

André disse...

Bem, desta vez encontraste-a sozinho. O André de há meio ano atrás teria solicitado ajuda da polícia, e, a carteira, descobri-la-ia mesmo em cima da mesinha de cabeceira. Haja evolução...

Sofia disse...

Ja li este post umas 500x e ainda n cnsegui perceber o porquê de tanto "suspense"..tanda admiração..em volta da dita historia do teu misero dia em Praga..opá... Afinal, quem escreveu isto foi o Andre, ou nao? (ha coisas q nunca mudam miudo...)deixa la...vais sempre recordar este dia como um dos melhores da tua vida...afinal de contas, encontrast a carteira pa..xD