2 de abril de 2009

O fim ( 2)

 

 

Estou perdido. Já não consigo sequer imaginar o amanhã. O futuro é completamente imprevisível, é como se eu estivesse a caminhar pelo meio de um nevoeiro tão espesso, que se me aparecer uma parede pela frente, eu não vou ter tempo de me aperceber e parar. Caminho mas ainda, muito cuidadoso porque eu sinto o monstro. Como é possível? Nós abandonamos o monstro, caímos na tentação de o alimentar, mas nunca o fizemos. Como é que ainda o sinto por perto? Estou a caminhar sem saber o que fazer, sem saber para onde e sem saber a razão que me move. Atingi o estado de completa ignorância em relação ao próximo minuto. Isto é grave. Está  a tornar-se ridiculo. Eu não consigo planear nada, porque nada tem tempo de ser planeado. O monstro....ele anda por perto, eu sinto-o. Um animal sem sentimentos, com uma atitude completamente maquiavélica, sem olhar a qualquer meio para atingir os seus fins. Fins dignos, mas que para serem atingidos tem de ser filtrados por oceanos de corrupção. Estou a perder a esperança e o mais triste é que o mundo e o tempo estão a mostrar-me que tudo se repete e que eu não me consigo libertar do monstro.

É por estas, e por muitas mais razões, que prefiro guardar para mim próprio, que me pergunto se o Monstro, não será apenas a minha própria sombra. 

 

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